RELER: A Jornada Heroica de um Escravo
de
Notícias Recon
01 de março de 2020
Por um usuário Recon anônimo
Ultimamente, eu venho pesquisando sobre como as histórias são estruturadas, em particular, a "Jornada do Herói", que é a base da maioria dos filmes de Hollywood. Pense em Luke Skywalker em Guerra nas Estrelas. E me ocorreu que minha jornada pessoal de posse e escravidão seguiu um caminho parecido. Não que eu esteja destruindo Estrelas da Morte, mas os capítulos que me levaram desde usar um pouco de couro até pertencer a um Mestre, se alinham à jornada do herói. Não sou nenhum grande herói, mas, ao sair para o mundo lá fora e assumir alguns riscos, coisas extraordinárias aconteceram comigo. Deixe-me explicar.
Tudo começou, como para Luke, no mundo comum. Eu tinha muitos equipamentos, que eu adorava usar, e saía ocasionalmente para as festas nos clubes vestindo couro ou borracha. Conversei com muitos caras incríveis do mundo todo, com quem eu raramente me encontrava, e passei uma boa parte do tempo na frente de uma webcam. As brincadeiras que eu tinha eram boas, mas, para mim, era o sexo que acabava por acontecer vestindo roupas fetichistas. Além disso, havia uma contradição entre a minha aparência e o meu sentimento. Eu usava um cap e calças de motoqueiro, e era confundido com um Dom, mas no fundo eu sabia que aquilo não era eu, e embora gostasse do equipamento que vestia, não me encontrava dentro dele. Eu queria mais. Estava na hora de sair de trás da câmera, seguir com a minha história e responder ao chamado para a aventura.
O chamado aconteceu na forma de um homem Dominador extraordinário, que acabou por me possuir como seu escravo. Nós nos conhecemos on-line e começamos imediatamente. Nós havíamos conversado por alguns anos entre idas e vindas, e brincamos eventualmente. Sem perceber, eu havia conhecido um mentor. Lembra de Luke no deserto? Esse homem foi generoso com seu tempo, me incentivou a participar de mais eventos, conversar com um grupo mais amplo de rapazes e experimentar várias coisas novas. Eu rapidamente deixei meu mundo comum para trás e entrei nesse novo mundo emocionante (a webcam quebrou e não foi substituída). Cada vez que nos encontrávamos, ele me empurrava para além dos meus limites auto impostos, e eu comecei a me soltar. Examinamos um menu de experiências e descobrimos o que funcionava. O que eu descobri é que adorei tudo. Eu estava no meu caminho. Troca de poder, adoração, restrição, controle sensorial, enjaulamento, chuva dourada... a lista não parou por aí. Eu estava me superando o máximo que pensei que podia. Desafiando-me para além do que eu sentia que era possível.
Obviamente, tive certa relutância no início e recusei ao chamado para mergulhar de cabeça. Nossa sessão foi pesada e eu fui submisso. Eu me lembro do momento exato em que isso mudou. As coisas mudaram de velocidade e eu pulei da brincadeira para o trabalho. O Mestre me equipou com seu gancho de corrente favorito, puxando meu nariz com força para cima e ordenou que eu me olhasse em seu espelho de corpo inteiro. Meu eu verdadeiro, meu eu escravo estava olhando de volta para mim. "Você é um escravo porco", disse ele, "esse é o verdadeiro você". Claro, ele estava certo. Eu sempre fui atraído por servir aos outros, na minha vida pessoal e profissional, e desfrutei da sensação de ver a felicidade ou o sucesso das pessoas como resultado do meu serviço. Isso foi um ajuste natural para mim e uma extensão do que eu já estava fazendo. A resposta estava lá o tempo todo. Eu sou uma verdadeira alma escrava, e a partir de então não havia mais volta. Eu cruzei o primeiro limite.
Assim que tive essa percepção, avancei. Eu queria aprender tudo o que pudesse sobre o que significava ser escravo, diferentemente de ser um submisso. Eu li muito. Existem algumas diferenças claras, que eu vou deixar para uma outra hora. Mas o Mestre descreveu como "uma verdadeira alma escrava - aquela necessidade e vontade absolutas de reconhecer profunda submissão a um homem que quase sempre será adorado e considerado como seu superior". O Mestre havia me orientado pacientemente em direção à verdade. Ao longo do caminho, eu havia passado por uma dura jornada mental para aceitar essa parte da minha alma. Dei um salto de fé e me registrei oficialmente como posse e encoleirado pelo meu Mestre. Mas, ao fazer isso, comecei uma série de testes e obstáculos e, como nosso herói Luke, havia novas regras que tive que aprender. Eu estava ansioso, e continuo assim, em provar ao Mestre que tinha forças para cumprir esse compromisso. A escravidão não era sobre fraqueza e ser uma tarefa fácil. Era sobre ter a capacidade de manter os altos padrões e desafios estabelecidos para mim. O que significava que eu precisava chegar para uma sessão, energizado, centrado, preparado e imaculado. Pratiquei yoga e meditação para me ajudar a manter o foco por longos períodos e conversei com outros submissos sobre suas experiências e recebi conselhos. O Mestre também me trancou na castidade para garantir que meu foco sempre esteja em agradar suas necessidades. Eu estava determinado a não deixar a bola cair ou decepcionar o Mestre com algo abaixo do padrão.
O Mestre se orgulha de defender protocolos e dedicou um tempo para ensiná-los e incorporá-los ao serviço que presto. Eu tenho claro para mim sobre o que é esperado. Saúdo formalmente o Mestre beijando suas botas, não questiono sua autoridade e sempre o chamo de senhor. Em público, estou muito ciente de que minhas ações refletem sobre ele, então garanto que a maneira como me conduzo o deixará orgulhoso. Ao longo de tudo isso, há consentimento, confiança e excelente comunicação. Fora do serviço formal, continuamos amigos e conversamos sobre todos os tipos de interesses, incluindo a dinâmica Mestre/escravo, sempre nos certificando para garantir que o outro esteja feliz. Adoro nossos bate-papos, e eles me ajudam a saber que posso me permitir totalmente entrar em serviço, confiando no Mestre para me comandar da maneira que ele escolher.
De volta a Hollywood, e no final de todo bom filme, há uma provação. Dizem que heróis devem morrer para renascer. Luke realmente conseguirá sair do compactador? Eu fiz minha própria jornada mental, enfrentei o medo e emergi confiante, forte e sem culpa. Eu descobri como me encaixo na comunidade fetichista e uso o gear sem deixar que ele me vista. A recompensa? Não, não um sabre de luz, mas uma tatuagem ousada que me lembra de não ter medo.
Portanto, meu conselho é: saia de trás da webcam, seja ousado e destrua sua própria Estrela da Morte. Que a força esteja com você!
PS: A palavra "herói" é grega, do radical que significa "proteger e servir". Um herói é alguém que está disposto a sacrificar suas próprias necessidades em nome de outros. Bastante apropriada.
Se você deseja compartilhar suas experiências de fetiche e taras, sejam com o seu nome ou anonimamente, envie suas ideias ou um primeiro rascunho para: social@recon.com
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