FOCO FETICHISTA: Gatsbykinbaku

FOCO FETICHISTA: Gatsbykinbaku

de Notícias Recon

06 de julho de 2018

Foco Fetichista destaca o trabalho de artistas pelo mundo e mostra como o fetiche lhes serve de inspiração. Com a ajuda do usuário Recon BlackBoot11, ofereceremos uma plataforma para os artistas mostrarem como o fetiche inspira e influencia o trabalho deles. Vamos celebrar as coisas que te fazem pensar e que te deixam com tesão.

Usuário Recon Gatsbykinbaku por BlackBoot11

Conheça Gatsbykinbaku de Sydney. Ele ama viajar e conhecer caras tesudos de todos os lugares. Ele tem paixão por cordas e por prender homens que querem se submeter a ele. Veja o que ele tem a nos dizer....

BlackBoot11: Você diz que não há muito Shibari na Austrália... o que me surpreende pela (mais ou menos) proximidade com o ocidente e o Japão. Então, como você começou com a prática e quem te influenciou?

Gatsbykinbaku: Existe uma cena das cordas razoável por aqui, mas predominantemente heterossexual. Em Sydney, não existem muitos artistas das cordas homens que amarram homens e nem muitos são gays. No meu caso, meu aprendizado do bondage com cordas começou com meus parceiros e amigos. Eu fui amarrado pela primeira vez por um parceiro em Londres, há 15 anos. Ele me vendou, me amarrou e fiquei encantado. Entre quatro paredes, eu aprendi muito fazendo coisas erradas e me divertindo. Eu admiro muito os trabalhos de Hajime Kinoko, Hikari Keisho também conhecido como Alberto Lisi, Zee Maitri e meu conterrâneo de Sydney, o artista Garth Knight.


BB11: Você começou sendo amarrado ou sempre foi dominador com as cordas?

GK: Londres foi a cidade onde aprendi sobre o amor e o fetiche. Quanto mais aventuras eu ia tendo, mais eu ia percebendo que eu era um dominador com as cordas. Eu não pratiquei com outros mestres, nem me matriculei em uma escola e tampouco sigo uma linha de pensamento. Meu estilo pega elementos emprestados das milenares e belas práticas japonesas do Kinbaku/Shibari e Hojojutsu. Com o conhecimento destas práticas, eu adiciono elementos da náutica, do alpinismo e dos nós decorativos chineses. Eu sou um alpinista-arvorista e uso as cordas, equipamentos e nós no meu trabalho. Eu tenho que estar confiante com os nós. Um erro pode significar vida ou morte. Por mais estranho que pareça, quando volto para casa, estou de volta às cordas.

BB11: Onde você encontra os modelos para as suas sessões? Amigos, clientes, moradores locais, viajantes, Recon?
GK: Meus submissos nas cordas são uma mistura de parceiros, amigos e modelos que eu conheço viajando. Como usuário RECON, já conheci alguns deles por lá também.... risos!


BB11: Conte mais sobre a objetificação versus submissão em seu estilo pessoal.

GK: Na maioria das sessões de bondage que participei nos últimos anos, a dinâmica é composta, em sua maioria, por uma mistura de dor, prazer, bondage, submissão e degradação. Num espaço consensual construído com confiança, todas as sessões são férteis e lugares tesudos para se estar. Com o tempo, percebi que meu interesse se moveu para uma obsessão em como a corda pode ser usada para mais do que prender. A corda pode ser usada para esculpir o corpo em formas, posições e sensações. Existe um perigo e um risco nas práticas com cordas que torna tudo especial para mim. A prática requer sempre a minha presença, meu controle e minha exatidão no que faço. É algo muito especial para um homem quando outro dá seu corpo para ser amarrado. A vulnerabilidade, confiança e jornada que são compartilhadas é algo sagrado para mim. Em algumas sessões, a vida do outro está literalmente em minhas mãos. É algo que eu nunca vou esquecer.

Com a minha prática, eu uso a corda para controlar a respiração e sentidos de meu submisso, além de transportá-lo para outro espaço físico, emocional e, algumas vezes, psicológico. Minha obsessão está em como apresentar o corpo para ser visto, objetificado e, depois, devorado. A diferença entre minha prática hoje e quando comecei, há alguns anos, é muito grande. Agora, eu treino meus submissos a se apresentarem para mim. Eles estão alegres, orgulhosos e, algumas vezes, rindo. Existe uma leveza e um empoderamento hoje em minha prática, que já foi muito séria. Meu coelhinho das cordas se contorce orgulhoso em minhas criações, algumas vezes se esforçando para se livrar das cordas, sem simplesmente que aceitar passivamente, para assim ter mais prazer. Minhas criações brincam com a tensão do risco e recompensa. Jogar o corpo para trás pode fazer com que os lados da bunda se afastem, mas pode também apertar o laço no pênis e nas bolas... enquanto se está preso, há todo um processo de tomada de decisão acontecendo. Essa brincadeira é o que me inspira. Práticas com cordas são lindas e muito sensuais.


Se você estiver interessado em aparecer no Recon ou gostaria de recomendar um artista fetichista, envie suas ideias junto com um link para: social@recon.com com o assunto: Fetish Focus.

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