ENTREVISTA COM O USUÁRIO: Deividct

ENTREVISTA COM O USUÁRIO: Deividct

de Notícias Recon

11 de junho de 2018

Conversamos com o usuário Recon Deividct sobre sua paixão por látex e couro, a cena fetichista colombiana e o que o inspira a criar seus próprios acessórios e visuais fetichistas únicos.


Quando você teve sua primeira experiência com o fetiche?


Eu conheci o fetiche quando eu tinha 18 anos e namorava um homem que me apresentou oficialmente a esse mundo, apesar de sempre ter tido curiosidade sobre ele. Fetiche, para mim, significa ver para além do sexo convencional, se encontrar e descobrir as coisas das quais gosta e se divertir com elas. Se divertir muito mesmo.


O que te atrai quando o assunto é fetiche e homens fetichistas?


O que me atrai em outros caras fetichistas é a mente aberta. Eu tenho muitos fetiches, mas a maioria deles aponta para o gear, as roupas fetichistas. Eu amo látex e couro. O primeiro gear que eu comprei foi uma camisa e calça de couro, junto com luvas de látex. Eu sou um estilista e usei minha formação para começar a desenhar meu próprio gear há 3 anos. Era bem difícil achar o tipo de roupa que eu queria na Colômbia, e isso foi uma das razões pelas quais eu comecei a fazer roupas de látex e couro de acordo com meu próprio gosto e estilo. Eu posso facilmente comprar insumos de couro aqui na Colômbia, mas eu tenho que comprar látex pela internet e esperar chegar de navio.


O que te inspira a fazer seu gear e criar sua própria estética fetichista?


Minha inspiração para fazer o gear vem de todos os lugares: filmes, livros, videogames. Eu gosto de criar a estética de um demônio pervertido tesudo e brincar com diferentes elementos, como chifres e lentes de contato, criando um visual que se alinha aos meus desenhos e minhas roupas. Eu tenho algumas modificações corporais: alguns piercings e tatuagens. Minha língua dividida chama muita atenção das outras pessoas: todos querem saber a sensação do beijo, da lambida, da chupada. Eu ensino a eles que duas línguas são melhores que uma hahaha.

Eu gosto de brincar com outros acessórios não convencionais como espartilhos, saltos altos e botas grandes. A maioria das pessoas relacionam os espartilhos e saltos altos ao feminino, mas se você olhar a história, eles foram usados por homens por centenas de anos. Pessoalmente, eu gosto de usá-los pela estética extrema que eles conferem. Eu uso um espartilho de 18 polegadas e salto alto de 10 polegadas para me dar segurança e manipular minhas proporções e estatura, fazendo me sentir poderoso e sexy. A primeira vez que experimentei um espartilho foi há 3 anos. Agora eu possuo 12 deles.


Qual roupa você mais curte fazer?


Eu não sei se tenho um tipo de roupa que eu gosto mais de fazer, eu gosto de experimentar e tentar novas coisas, e curto o processo de criação desde o rascunho. Eu gosto de fazer harness e cuecas. Com os harness você tem tantos elementos diferentes a serem trabalhados no projeto e na confecção—seja o material que você usa, a cor ou como ele se ajusta ao seu corpo. O tempo que se leva para fazer um equipamento depende. Eu geralmente passo um dia fazendo uma peça, no entanto, se eu sinto que não tenho nada para vestir, eu posso fazer um acessório em cerca de duas horas.


Como você pensa em construir e desenvolver seu trabalho?


Eu amo trabalhar com couro e látex, e misturar elementos fetichistas nas roupas do dia a dia. Eu espero no futuro expandir minha pequena empresa e começar a vender para todo o mundo. Mas estou fazendo isso um passo por vez. Eu quero aprender mais sobre látex inflável e acessórios para cama a vácuo. Tenho muita curiosidade no processo de fabricação e quero experimentar a sensação desses equipamentos no meu corpo.


Como você mostra o seu fetiche?


As redes sociais são ótimas plataformas para mostrar meu amor pelo fetiche e as roupas que eu faço. Eu amo o meu corpo e o meu visual, e, para mim, o fetiche é uma parte muito importante da minha identidade. É incrível ter diferentes ferramentas de mídia para mostrar meu trabalho e minha criatividade, não somente em um contexto sexual mas também em uma forma artística e mais direcionada a moda.


Você mora em Bogotá. Como é a cena fetichista por aí?


A cena fetichista colombiana não é grande. Existem alguns lugares onde você pode vestir seu gear e encontrar outros caras. Eu conheci muitos outros fetichistas e fiz amigos através do meu trabalho. Muitas pessoas me pediram para fazer roupas e me pagaram para fazer peças sob medida. Eu sempre fico muito feliz ao ver alguém curtindo de verdade e usando as minhas criações. Os caras aqui curtem mais couro do que látex, já que é mais acessível. Mas a cena fetichista na Colômbia está mudando. Já é bem diferente do que era há alguns anos e está crescendo. Existem mais lugares e eventos feitos para fetichistas. Temos até uma semana fetichista aqui em Bogotá.


Você viaja para outros eventos fetichistas fora da Colômbia?


Não tive muitas oportunidades de viajar para outros festivais e eventos fetichistas. Entretanto, estou planejando uma viagem para a Europa no fim do ano. Espero poder participar da Folsom Europe em setembro e talvez fazer um pequeno tour fetichista pela Europa.



Se você gostaria de enviar um artigo contando seus gostos e experiências fetichistas, fale conosco em: social@recon.com

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